quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

JUSTIÇA BATE NA PORTA DO FHC

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FONTE: www.conversaafiada.com.b

Tóc, tóc! Justiça bate na porta do FHC!

Cerra, lembra do Preciado? Lembra do Azeredo?
publicado 17/12/2015
bessinha fhc preso
Conversa Afiada reproduz artigo de Marcelo Auler, com abertura de Fernando Brito, no Tijolaço:


Corrupção na Petrobras, no Governo FHC. E não foi a Lava-Jato que achou

Marcelo Auler, em seu blog, dá detalhes da operação que a Polícia Federal está fazendo para prender envolvidos em corrupção na Petrobras.

Corrupção no Governo Fernando Henrique Cardoso: em 1997 e 1998.

Não é, claro, a Operação  Lava-Jato, para a qual roubalheira feita fora do período de governo do PT “não vem ao caso”.

O  juiz Vitor Barbosa Valpuesta,  da 3ª Vara Federal Criminal, expediu quatro mandados de prisão para pessoas envolvidas em negócios da empresa holandesa SBM, cujo representante aqui era Júlio Faerman (foto), com a Petrobras, na gestão de Joel Rennó, nomeado por Fernando Henrique Cardoso.

Leia os detalhes no Blog do Marcelo Auler:


Operação Sangue Negro atinge governo de FHC

Marcelo Auler

A Operação Sangue Negro  que está sendo realizada nesta quinta-feira (17/12) pela Procuradoria da República do Rio de Janeiro com a Polícia Federal cumprindo 9 mandados judiciais assinados pelo juiz Vitor Barbosa Valpuesta, substituto no exercício da titularidade da 3ª Vara Federal Criminal, atinge negociações feitas entre a Petrobrás e a empresa holandesa SBM na época do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (1997). O presidente da Petrobras era Joel Renno.

Toda a investigação tem por base a delação premiada do operador da SBM no Brasil, Júlio Faerman, homologada em agosto passado pelo juízo da 3ª Vara Criminal Federal do Rio. A Vara, aliás, é onde atuava o juiz Flavio Roberto de Souza que acabou aposentado compulsoriamente pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, após ter tirado proveito próprio de apreensões feitas no caso de Eike Batista. Hoje, que está à frente dela é o juiz substituto Valpuesta.

As denúncias de Faerman, que depôs na CPI da Câmara em junho passado, retrocedem a 1997, gestão de Rennó à frente da estatal.

Mas, Faerman não foi o único a relacionar o esquema de corrupção à estatal no governo anterior ao PT.

Também o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco admitiu, na sua delação premiada, o recebimento de propinas pela aprovação de contratos na Petrobras, entre os anos de 1997 e 1998, portanto, no governo tucano.

Conforme noticiou a revista CartaCapital em fevereiro passado, “o primeiro pagamento de propina que Barusco afirma ter participado diz respeito a dois contratos firmados com a empresa holandesa SBM, em 1997 ou 1998. Em novembro de 2014, a SBM fechou um acordo com o Ministério Público da Holanda e aceitou pagar 240 milhões de dólares como punição por pagamentos de propina ocorridos entre 2007 e 2011 no Brasil, na Guiné Equatorial e em Angola. O recém-revelado depoimento de Barusco, no entanto, revela que a prática de pagamento de propinas na estatal começou ao menos dez anos antes”.

Anterior à Lava Jato - Apesar do esquema envolver personagens citados, investigados, presos e/ou denunciados nas diversas fase da Operação Lava Jato, as investigações sobre as propinas pagas pela SBM são anteriores. Elas vêm sendo feitas pelo procurador Leonardo Cardozo, no Rio de Janeiro. Os detalhes serão repassados em coletiva à imprensa no final da manhã.

Sabe-se, pela nota oficial da Polícia Federal que na Operação Sangue Negro foram expedidos nove mandados  sendo quatro de prisão preventiva a serem cumpridas no Rio de janeiro, Angra dos Reis e dois em Curitiba, onde os atingidos já se encontram presos. A nota conclui:

“As buscas acontecem nas residências dos investigados e em uma empresa do ramo de prospecção de petróleo.

A empresa, alvo das buscas, recebia repasses de contratos efetuados entre a Petrobras e a SBM da ordem de 3 a 5%, dos quais 1 a 3% eram depositados em off shores no exterior. Esse dinheiro retornava em forma de pagamento de propinas.

Os crimes investigados são sonegação fiscal, evasão de divisas, desvio de recursos públicos lavagem de dinheiro, dentre outros crimes”.

MANIFESTO PELA DEMOCRACIA


Professores universitários lançam Manifesto pela Democracia

Em ato público na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, intelectuais debatem riscos do impeachment e defendem a legalidade constitucional no país


Tatiana Carlotti
MÁRCIA MINILLO/RBA
Com o auditório lotado da Faculdade de Direito da USP, renomados intelectuais lançaram, na manhã desta quarta-feira (16.12), o Manifesto pela Democracia. O documento, que já conta com sete mil assinaturas, repudia o impeachment da presidente Dilma Rousseff e defende a democracia e a legalidade constitucional no país.

O ato público no Largo São Francisco contou com a presença de renomados intelectuais como os professores Dalmo de Abreu Dallari, Fábio Konder Comparato, Alfredo Bosi, Roberto Schwarz, Ermínia Maricato, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Leda Paulani, Luiz Gonzaga Belluzzo, Miguel Nicolelis, Marilena Chauí, Paulo Arantes, Maria Vitória Benevides, Marcos Nobre e André Singer, que coordenou a mesa do evento.



“Se há um sentimento comum que nos move e nos une neste encontro histórico é o sentimento de indignação”, afirmou o professor Alfredo Bosi (Letras-USP) iniciando o ato público. Bosi alertou para as “máscaras jurídicas” do golpe e para a “farsa sinistra” que visa “ferir o que resta de democracia no sistema político brasileiro”. Uma máscara detalhada pelo professor e jurista Dalmo de Abreu Dallari (Direito-USP) que estudou minuciosamente os aspectos jurídicos do impeachment.

Destacando a ausência de consciência jurídica de alguns “juristas incompletos” e de “notável ignorância”, Dallari foi categórico: “Eu tenho absoluta tranquilidade em afirmar que nenhum dos fundamentos, nenhuma das propostas apresentadas, têm qualquer embasamento jurídico”, afirmou, destacando que o afastamento de um presidente só é possível por crime de responsabilidade caracterizado por atos – omissão não se aplica - e no mandato em vigor.

Luta pelo Estado de Direito

Já o professor Roberto Schwarz (Letras – Unicamp) lembrou que o impeachment foi criado para proteger a democracia e não para enfraquecê-la. Ao defender a ordem democrática, ele citou as estratégias dos defensores do impeachment desde a eleição presidencial. “Usaram como estratégia política uma oposição indiscriminada com o propósito de tornar o governo ingovernável, do ponto de vista da política democrática. Trata-se de derrubar o resultado das eleições”.

Também presente no ato, o cientista Miguel Nicolelis (Neurobiologia/Duke University) mencionou o impacto de programas como o Ciência sem Fronteiras e considerou um crime contra a nação “que aquilo que as urnas concederam possa ser removido sem a voz das urnas”. Em sua visão, “o fato inequívoco é que o que está em jogo não é uma presidência, não é uma pessoa, mas o Estado de Direito, a democracia, o império da Lei”.

Em sua fala, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo (Economia – Unicamp) reforçou a importância da luta pela democracia, lembrando dos tempos de ditadura militar quando, naquele mesmo auditório, ele entrou em confronto com o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) para garantir a eleição de João Miguel, presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto no período.

A luta contra o regime militar também foi lembrada pela economista Leda Paulani (Economia – USP) ao destacar que “nenhuma nação sai impune de 25 anos de ditadura”. Segundo ela, o que está em jogo é a construção democrática do Brasil. Paulani defendeu, também, a necessidade de garantirmos a continuidade das instituições democráticas no país para a construção de uma verdadeira República.

A enganação do golpismo

“Lutamos para acabar com a história de golpes na democracia brasileira e para avançar o processo civilizatório de generosidade, de paz, de uma sociedade menos machista, menos homofóbica, menos racista”, avaliou a professora Ermínia Maricato (FAU-USP).

Já o professor de Marcos Nobre (Filosofia - Unicamp) lembrou que o movimento pró impeachment tenta “canalizar uma energia e um sofrimento social real”. “Não estou me referindo ao pessoal que é salgadinho gourmet – ironizou – mas de quem sofre e que está sendo enganado ao acreditar que havendo um movimento a favor do impeachment esse sofrimento vai desaparecer”.

Maria Vitória Benevides (Educação - USP), por sua vez, destacou a importância do aprofundamento das conquistas sociais no país que se destinam, principalmente, à maioria do povo brasileiro. “Um conjunto de direitos econômicos, sociais, culturais, ambientais que certamente nessa luta contra a democracia, contra o estado de direito, estão ameaçados”, apontou.

Considerando que o golpe vem sendo sustentado pelos liberais, o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira explicou que a “democracia defende os direitos civis, o sufrágio universal, o respeito à Constituição” e que “o liberalismo aceita com muita má vontade a democracia”. Em sua visão, a democracia está sendo ameaçada, mas ela está consolidada no Brasil. “Temos uma sociedade plural, apenas uma minoria defende o autoritarismo”, avaliou.

Impeachment é apenas um episódio

Segundo o professor Paulo Arantes (Filosofia – USP), “saindo ou não, o impeachment é apenas um episódio. A onda avassaladora que está se despejando no Brasil é mais profunda”. Arantes chamou a atenção para a Lei Antiterrorismo (PL 2016/2015) que se encontra no Congresso e que poderá “financiar o terror” e enquadrar as manifestações sociais. “Esse ato aqui pode ser considerado terrorista”, exemplificou, caso a lei seja aprovada. “Espero que possamos estar juntos novamente, apanhando juntos e resistindo juntos”, completou.

Os riscos à democracia também foram enfatizados pela professora Marilena Chauí (Filosofia – USP): “O impeachment é apenas a cereja do bolo de um processo muito mais longo e complicado que vem ocorrendo. É isso que está sendo preparado: uma gigante vitória do capital na luta de classes. Esse ato tem que ser um primeiro passo de uma luta histórica que começa com a luta contra o golpe, a luta pela democracia a luta pela justiça social”.

No fechamento das apresentações, o professor Fábio Comparato (Direito – USP) mencionou que a crise que estamos vivendo - não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro - diz respeito à passagem histórica do capitalismo industrial para o capitalismo financeiro. “O banco não produz riqueza alguma. Todas as instituições financeiras só se preocupam com a especulação”, destacou.

Considerando que desde sempre existem duas constituições no país, uma que é oficial e não aplicada, “como estamos vendo neste processo”; e outra efetiva, “ditada pela oligarquia”, Comparato defendeu a necessidade de se educar os jovens a lutar contra a oligarquia do capitalismo. “A Constituição da oligarquia é contra o Estado de Direito porque ele significa que todo poder tem um limite e está submetido a um controle. Isso é contra a lógica do capitalismo”, apontou. “Nós precisamos construir uma nova sociedade e educar as gerações. Nós somos educadores”, concluiu.
FONTE: www.cartamaior.com.br
Créditos da foto: MÁRCIA MINILLO/RBA

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

CARTA DA JANDIRA A DILMA ROUSSEFF

PORTAL FORAM
http://www.revistaforum.com.br/

#CartaDaJandira a Dilma Rousseff


dezembro 9, 2015 13:42
“Somos mulheres da luta diária, presidenta, e sabemos que o momento é de perseverança e coragem. Cabe a nós impedir que o golpe institucional deferido e clamado por um cidadão sem autoridade moral e política possa derrubar nossa jovem democracia”, escreve a líder do PCdoB na Câmara
Por Jandira Feghali*
Querida presidenta Dilma Rousseff,
Escrevo entre uma reunião e outra na Câmara dos Deputados para registrar meu sentimento de força à senhora. Nós, mulheres, lutamos muito para chegar até aqui. Enfrentamos as mais terríveis tempestades, superamos dificuldades de toda espécie –preconceito, problemas de saúde, agressões – porque tínhamos um objetivo que era ao mesmo tempo comum e coletivo.
Como líder do Partido Comunista do Brasil na Câmara, partido que integra a base de apoio ao seu Governo, é meu dever defender o Estado Democrático de Direito e me perfilar às fileiras dos que combatem o golpe e lutaram e lutam pela democracia. Meu lado é o lado de um projeto claramente delineado em benefício dos que mais precisam de um Estado forte e indutor de políticas sociais. Um projeto que tem sido ferramenta da diminuição da pobreza, dos contrastes sociais no campo e nas cidades, no combate ao preconceito e intolerância, e avançaremos em reformas estruturantes importantes para toda a sociedade.
Nossa parceria nasce daí. Não de negociatas e interesses escusos. Ela se lastreia em propósitos e metas comuns. Se fundamenta no olhar criterioso que compara gestões e acredita que, mesmo com problemas a superar, o governo em curso, democraticamente escolhido pela maioria da população, é o que pode garantir uma agenda voltada para o desenvolvimento econômico e social.  É certo que num momento de crise política e intensas dificuldades econômicas, fruto de uma crise mundial, o projeto é atingido, mas não será desvirtuado ou abandonado.
E, sim, temos mais do que uma história a defender. Nos últimos 12 anos, o projeto que defendemos foi responsável por retirar milhões de pessoas da extrema pobreza, por se posicionar contra uma gestão voltada ao poder econômico e ao capital financeiro, por romper com a lógica de governar para os mais ricos. Foi esse projeto que fortaleceu a unidade na América Latina, a Unasul, BRICs e outros blocos econômicos. Que disse não à ALCA e pôs fim à nossa dívida com o FMI. É exatamente por acertar num projeto popular, que saiu da posição de joelhos perante as forças estrangeiras e passou a olhar seu povo, que tanto incomoda e é alvo de golpistas.
Veja só as mulheres aí nas ruas. Chamam de “Primavera das Mulheres”, numa alusão à insurgência que toma o asfalto por mães, avós e filhas, muitas com seus filhos no colo, contra o fim de direitos. Somos mulheres da luta diária, presidenta, e sabemos que o momento é de perseverança e coragem. Cabe a nós impedir que o golpe institucional deferido e clamado por um cidadão sem autoridade moral e política possa derrubar nossa jovem democracia.
Lutamos contra o golpe, presidenta, porque o valor democrático está acima de qualquer opção eleitoral. Estamos aqui, juntas de tantos outros milhões de brasileiros, que valorizam os avanços, mesmo que tenham críticas pontuais.
Sei que a senhora enfrenta esse turbilhão com cautela e lucidez. Com a postura de quem tem um coração valente e se mantém coerente mesmo diante da militância do ódio, das mentiras espalhadas sobre seu governo.
Dias melhores virão, presidenta. Serão dias de democracia respeitada e de um Estado Democrático de Direito mantido de pé. Dias de um país que resistiu à vergonhosa e fracassada tentativa de um golpe institucional. Ao final, restará separado o joio do trigo. Ao final prevalecerá a democracia.
Senhora presidenta,
“Amat victoria curam”.
#NãoVaiTerGolpe
(*) Jandira Feghali é médica, deputada federal (RJ) e líder do PCdoB
(Foto: Ananda Borges/Câmara dos Deputados)

A FICHA SUJA DOS DEFENSORES DO IMPEACHMENT DA DILMA


fonte http://limpinhoecheiroso.com/

A ficha suja dos defensores do impeachment de Dilma

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Os defensores do impeachment na Operação “Puxando a Capivara”Líderes de oposição receberam agitadores de protestos antigoverno para condenar a corrupção. Mas a ficha dos que esbravejam contra a ilegalidade e a falta de ética na política é intrigante.Cíntia Alves, Luiz de Queiroz e Patricia Faermann, via Jornal GGN em 18/6/2015

Lideranças de partidos de oposição ao governo receberam, na quarta-feira, dia 15/5, alguns dos agitadores dos protestos dos dias 15 de março e 12 de abril – entre eles Rogério Chequer, do Vem Pra Rua. Durante o encontro, figurões como Agripino Maia (DEM), Ronaldo Caiado (DEM), Mendonça Filho (DEM), Paulinho da Força (SD), Aécio Neves (PSDB) e Roberto Freire (PPS) tiveram a oportunidade de esbravejar contra os casos de corrupção que desgastam o PT e a gestão Dilma Rousseff.

Chama atenção, entretanto, a ficha dos defensores da ética e do combate indiscriminado à corrupção. Associação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, prisão por fraudes e desvios em grandes obras, contas em paraísos fiscais em nome de familiares, recebimento de propina, recursos de campanha questionados na Justiça e até falsificação de documentos para criação de partido fazem parte do histórico de acusações e dos relacionamentos intrigantes que envolvem as estrelas políticas do encontro em tela.
O GGN fez uma breve seleção:

1) Aécio Neves (PSDB)O neto de Tancredo Neves que construiu um aeroporto de R$14 milhões no terreno do tio-avô já foi questionado na Justiça sobre o paradeiro de mais de R$4 bilhões que deveriam ter sido injetados na saúde de Minas Gerais. O caso Copasa contra o ex-governador foi engavetado, por manobras jurídicas. Destino semelhante tiveram as menções a Aécio na Lava-Jato. O tucano foi citado por Alberto Youssef como beneficiário de propina paga com recursos de Furnas. Para o procurador-geral da República, isso não sustenta um inquérito. Rodrigo Janot também cuida de outro escândalo que leva a Aécio, sob a palavra-chave Liechtenstein (um principado ao lado da Suíça). Investigando caso de lavagem de dinheiro, procuradores do Rio de Janeiro chegaram a uma holding que estava em nome da mãe, irmã, ex-mulher e filha do tucano. Esse inquérito está parado desde 2010 – época em que Roberto Gurgel era o PGR.

2) Agripino Maia (DEM)Presidente do DEM, Agripino Maia foi dono das expressões mais sugestivas de defesa da luta contra a corrupção. “Chegou a hora de colocar o impeachment [de Dilma Rousseff]”, disse no encontro com os manifestantes antigoverno. O senador tem em seu currículo a acusação de receber R$1 milhão em propina, em um esquema que envolvia a inspeção de veículos no Rio Grande do Norte, entre 2008 e 2011. Coordenador da campanha presidencial de Aécio, o democrata, em 2014, teve seu caso arquivado no MPF pelo ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel. Mas foi reaberto há sete meses por Janot, e agora está sendo investigado no Supremo Tribunal Federal (STF).

3) Ronaldo Caiado (DEM)O senador Ronaldo Caiado (DEM) é associado ao bicheiro Carlinhos Cachoeira por supostamente ter recebido verba ilícita nas campanhas de 2002, 2006 e 2010. Cachoeira foi denunciado por tráfico de influência e negociava propinas para arrecadar fundos para disputas eleitorais. O bicheiro foi preso em 2012 por operação da Polícia Federal que desbaratou esquema de adulteração de máquinas caça-níquel. Caiado foi citado nesse contexto, recentemente, por Demóstenes Torres. Ele teria participado de negociação entre Cachoeira e um delegado aposentado que queria ampliar esquemas de jogo ilegal. Até familiar do democrata já foi alvo de denúncia. O pecuarista Antônio Ramos Caiado, tio de Caiado, está na lista suja do trabalho escravo.

4) Roberto Freire (PPS)Uma das principais acusações que pesam contra o presidente nacional popular-socialista é de envolvimento com o mensalão do DEM. A diretora comercial da empresa Uni Repro Serviços Tecnológicos, Nerci Soares Bussamra, relatou que o partido praticava chantagem e pedia propina para manter um contrato de R$19 milhões com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, comandada pelo deputado Augusto Carvalho. Freire teria sido beneficiado no esquema.

5) Paulinho da Força (SD)O presidente do Solidariedade, segundo autoridades policiais, participou de esquema de desvio de recursos do BNDES. Um inquérito foi aberto no STF para investigar o caso. Em 2014, a Polícia Federal também indiciou a sogra e outras duas pessoas ligadas ao deputado federal sob suspeita de falsificarem assinaturas para a criação do Solidariedade. Gilmar Mendes conduzirá, ainda, a apuração em torno da suposta comercialização de cartas sindicais (uma espécie de autorizações do Ministério do Trabalho para a criação de sindicatos) por Paulinho, dirigente da Força Sindical. Consta nos registros que cada carta era vendida por R$150 mil.

6) Mendonça Filho (DEM)Em fevereiro de 2014, Mendonça se envolveu em uma polêmica por querer indicar deputado acusado de duplo homicídio pelo Supremo Tribunal Federal para presidir a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Júlio Campos (DEM), ex-governador do Mato Grosso, afirmou que Mendonça teria dito que a indicação era uma “homenagem”. O deputado federal de Pernambuco já foi preso pela Justiça Eleitoral sob acusação de fazer carreata no dia de votação, mas o STF decidiu que não houve crime eleitoral. Um documento da Operação Castelo de Areia citava contribuição suspeita de R$100 mil da Camargo Corrêa a Mendonça, para sua tentativa de ser prefeito do Recife. Ele admitiu que recebeu R$300 mil da empresa, mas alega que foram doações dentro das conformidades.

7) Carlos Sampaio (PSDB)O deputado mais votado da região de Campinas (SP) recebeu R$250 mil de uma empreiteira envolvida no esquema de corrupção da Petrobras investigado na Operação Lava-Jato. Sua última campanha arrecadou, oficialmente, R$3 milhões. Não há comprovação sobre a lisura da doação. Sampaio, coordenador jurídico do PSDB e autor do pedido para que Aécio fosse empossado no lugar de Dilma Rousseff, teve reprovada a sua prestação de contas referente às eleições para a Assembleia de São Paulo, em 1998, e às eleições municipais de Campinas, em 2008.

8) Luiz Penna (PV)O presidente do PV também aparece um tanto escondido na fotografia. Irregularidades já remetidas à prestações de contas do partido incluem seu nome. Em 2006, por exemplo, boa parte dos R$37,8 mil gastos em passagens aéreas e R$76,8 mil com diárias de campanhas eleitorais foram atribuídos a José Luís Penna. Na época, servidores do TSE apontaram ausência de documentos que comprovassem os gastos e uso de notas frias, indicando empresas fantasmas que teriam prestado os serviços. O corpo técnico do Tribunal sugeriu a rejeição das contas do partido de 2004, 2005 e 2006. O deputado federal respondeu a dois processos judiciais, um pelo TRE/SP, rejeitando a sua prestação de contas à eleição de 2006, e outra pelo TSE reprovando as contas do PV de 2004.

9) Flexa Ribeiro (PSDB)O hoje senador já foi preso pela Polícia Federal em 2004, na Operação Pororoca, por fraude em licitações de grandes obras realizadas no Amapá. Foi acusado de corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, tráfico de influência, peculato, prevaricação, usurpação de função pública e inserção de dados falsos em sistema de informações.

10) Antonio Imbassahy (PSDB)O deputado federal tucano era prefeito de Salvador em 1999, quando contratos suspeitos foram assinados com as empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Siemens, que formavam o consórcio responsável pelo metrô da capital baiana. O Ministério Público Federal investiga o superfaturamento nas obras, que gira em torno de R$166 milhões. Até agora, dois gestores indicados por Imbassahy à época e duas empresas foram indiciadas. O tucano é o vice-presidente da CPI da Petrobras, que investiga desvios de verbas da estatal, onde diretores da Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa também aparecem como réus. Imbassahy foi acusado pelo PT de se aproveitar do posto na CPI para pedir documentos à Petrobras e vazar para a imprensa.

11) Beto Albuquerque (PSB)Ex-colaborador do governo Tarso Genro (PT) no Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque (PSB) foi envolvido na intriga que rendeu a queda do então diretor-geral do Departamento de Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) José Francisco Thormann. Thormann se antecipou a uma demissão após a imprensa local ter revelado que ele viajou à Suíça à custa de uma empresa privada subcontratada para fazer obras no Estado. Em nota de defesa, Thormann afastou suspeitas sobre o fato, e revelou que Beto Albuquerque, quando secretário de Infraestrutura do Estado, também fez viagens ao exterior bancadas por empresas que detinham contratos com o poder público. Quando a notícia surgiu, Beto já não era secretário – tinha deixado a gestão petista para reforçar a bancada do PSB na Câmara Federal.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

DEPOIMENTO DO FILHO DE HÉLIO BICUDO

“Meu pai está sendo usado pelos articuladores do golpe”: o depoimento do filho de Hélio Bicudo. Por Kiko Nogueira



Fonte: DCM - http://www.diariodocentrodomundo.com.br/
helio bicudo
Hélio Bicudo

José Eduardo Pereira Wilken Bicudo, 60 anos, é filho do jurista Hélio Bicudo, o autor do mais famoso pedido de impeachment de Dilma. Biólogo, professor titular aposentado da Universidade de São Paulo, José é, atualmente, professor honorário na Universidade de Wollongong, na Austrália.
O segundo mais velho entre quatro irmãos, todos donos do mesmo prenome (há mais três mulheres), opõe-se à atitude do pai. “Eu não sou filiado ao PT, mas sempre apoiei o partido”, diz. “Entendo que, apesar deste ter se desviado de seus princípios e valores a partir do momento em que Lula assumiu a presidência, vejo que algumas coisas importantes aconteceram no país, embora haja muito a ser feito ainda.”
Seu depoimento ao DCM:

Por conveniência e oportunismo, a mídia conservadora tem divulgado insistentemente que Hélio Bicudo foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT). Acontece que ele mesmo, em vídeo que circula nas redes sociais, diz o contrário. Quem o fez se aproximar do PT foi meu irmão mais velho, José.
Em recente editorial, na revista Carta Capital, Mino Carta definiu bem, com elegância e generosidade, a trajetória de meu pai: conservador, militou mais à direita, depois mais à esquerda e, hoje, não se sabe exatamente por onde caminha.
A sua idade avançada, 93 anos, e sua história de vida têm sido usadas e abusadas pelos articuladores do golpe para tirar Dilma Roussef da presidência da república. As pessoas em geral se comovem com a figura de um senhor de idade defendendo a moral, a ética e os bons costumes.
De fato, a sua história de vida tem um enorme peso, independentemente de sua matiz política. Ele teve papel importante junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo, como procurador de justiça, principalmente na apuração dos crimes cometidos pelo “Esquadrão da Morte”, liderado pelo delegado de polícia Sérgio Paranhos Fleury, este também envolvido em crimes de tortura durante a ditadura militar. 
Esse triste episódio deu ao meu pai grande projeção nacional e internacional. Durante esse período meu pai também trabalhava na redação do jornal O Estado de São Paulo.
Meu pai sempre teve o apoio incondicional de minha mãe, Déa, mãe de sete filhos e esposa exemplar. É importante ressaltar que minha mãe sempre atuou como um “poder moderador”. O caráter conservador, muitas vezes autoritário e acusatório de meu pai sempre foi moderado por ela, dentro e fora de casa. Minha mãe, aos 91 anos de idade, é portadora do Mal de Alzheimer há dez anos, coincidentemente, período durante o qual meu pai iniciou sua obstinada cruzada contra o PT e Lula.
No final dos anos 1980, enquanto secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura de São Paulo, durante a gestão de Luiza Erundina, meu pai fez parte de uma comissão de sindicância interna do PT, juntamente com José Eduardo Cardozo, atual Ministro da Justiça, e Paul Singer. Esta visava apurar eventuais favorecimentos ilícitos de pessoas ligadas ao PT junto a prefeituras sob o comando do partido no estado de São Paulo. 
O parecer final continha acusações que poderiam comprometer Lula, já que um compadre deste estaria supostamente envolvido. José Dirceu era o presidente do PT na época e, segundo meu pai, deu a ele e à comissão de sindicância “carta branca” para comprometer todos aqueles que estivessem supostamente envolvidos. Aqui, creio eu, começa todo o imbroglio. 
Meu pai ocupava, também na época, um cargo importante na direção do partido e vislumbrou a possibilidade de alavancar o seu projeto pessoal de poder dentro do PT. Ele jamais admitirá isso, mas usou o parecer emitido pela comissão sindicante para “chantagear” Lula. Este, por sua vez, tentou negociar uma saída que não comprometesse o partido e sua candidatura à presidência da República. Lula disputou o segundo turno com Fernando Collor de Melo.
Esse episódio acabou azedando as relações entre Lula e meu pai, o qual saiu muito ressentido e foi aos poucos perdendo espaço dentro do partido, embora tenha sido eleito deputado federal nas eleições de 1990 e depois em 1994, com votações expressivas, principalmente em 1990. Os seus mandatos na Câmara Federal foram cumpridos quase que de forma independente do PT. 
Plínio de Arruda Sampaio, também na época deputado federal pelo PT, e meu pai cumpriam agendas bastante semelhantes, todavia Plínio gozava de boas relações com Lula. Meu pai deixou transparecer inúmeras vezes uma forte mágoa em relação ao episódio que fez Lula se distanciar dele.
Durante o período de seus dois mandatos na Câmara Federal, meu pai iniciou aproximações com congressistas que davam apoio ao governo de Fernando Henrique Cardoso, entre os quais Luiz Eduardo Magalhães, na ocasião Presidente da Câmara, filho de Antonio Carlos Magalhães (ACM), ambos integrantes do Partido da Frente Liberal, o antigo PFL e atual DEM.
Tal aproximação rendeu-lhe indicação do governo brasileiro para representa-lo junto à Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington D.C., E.U.A.. Assim, durante o seu segundo mandato como deputado federal, meu pai repartia seu tempo entre a Câmara Federal e a OEA. 
Com isso, foi se distanciando cada vez mais do PT e se aproximando de setores do Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB. Nesse meio tempo, fora indicado para integrar comissão na Câmara Federal para investigar o envolvimento do deputado Ricardo Fiúza do PFL no escândalo dos “Anões do Orçamento”. O seu parecer foi qualificado, em público, pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso, como “pífio”, e a eventual implicação do deputado Fiúza no escândalo ficou comprometida, já que este fazia parte da base de sustentação do governo de Fernando Henrique Cardoso. 

Em outros tempos
Em outros tempos

Lembro-me que meu pai ficou ressentido com o episódio, por toda a repercussão negativa de sua imagem junto à mídia, mas é curioso que isso não o fez guardar qualquer mágoa ou rancor em relação a Fernando Henrique Cardoso.
Esse episódio é ilustrativo dos casuísmos que graçam na política brasileira. Hélio Bicudo, eminente jurista, emite um parecer juridicamente embasado, porém este pode incomodar um determinado “lado” e é portanto considerado “pífio”. Este mesmo jurista, agora faz um pedido de impeachment da Presidente Dilma Roussef, sem base jurídica alguma, respaldando-se apenas no denominado “domínio do fato”, cheio de slogans, que alegram os golpistas de plantão, mas que não presta serviço algum à nação a não ser tumultuar mais ainda a vida já muito difícil dos brasileiros. 
Nesse caso, no entanto, o texto não é considerado “pífio” por aquele mesmo “lado” ao qual me referi anteriormente. Aliás, aparentemente será usado para deflagrar eventual pedido de impeachment da Presidente Dilma Roussef na Câmara Federal.
O pedido de impeachment do qual meu pai é signatário é uma das inúmeras decorrências de sua infeliz trajetória nos últimos dez anos, período durante o qual o “poder moderador” de minha mãe deixou de existir em razão do mal que a acometeu, permitindo que o rancor desemedido de meu pai em relação ao PT e sobretudo a Lula desabrochasse de uma forma tão beligerante. 
Essa triste postura é visível no último vídeo que circula pelas redes sociais no qual ele faz acusações em relação a Lula sem quaisquer fatos concretos e de forma completamente leviana.
Há que se ressaltar que o rancor de meu pai em relação a Lula foi intensificado durante o primeiro mandato deste como Presidente da República, antes do episódio do mensalão. Meu pai, no final de mandato como vice-prefeito, na gestão de Marta Suplicy, solicitou a esta que fizesse gestões junto à Lula para que este o indicasse a um posto como embaixador do Brasil, ou na OEA, ou em Genebra junto à Organização das Nações Unidas (ONU), na área de Direitos Humanos, ou em Roma. 
Nada disso foi possível, pois a política do Ministério das Relações Exteriores mudara, não havendo mais indicações de pessoas fora da carreira para ocupar postos diplomáticos. No entanto, mesmo assim, meu pai recebeu um fax, do qual sou testemunha, do Ministério das Relações Exteriores, cujo ministro na época era Celso Amorim, convidando-o a representar o Governo Brasileiro junto à UNESCO, em Paris, nas reuniões trimestrais da entidade. 
Meu pai recusou o convite, interpretando-o como um grande insulto a sua pessoa e, a partir daí, resolveu se opor a tudo que dissesse respeito ao PT e a Lula. Guinada ultra-conservadora que o caracteriza hoje.
Finalmente, devo enfatizar que meu pai goza de plenas faculdades físicas e mentais, muito embora esteja com idade avançada. Todo ser humano tem qualidades e defeitos. Infelizmente, o seu profundo rancor o tornou um homem infeliz, solitário e amargo. Vários de meus irmãos e eu tentamos resguarda-lo durante muitos anos, principalmente após minha mãe ter sido diagnosticada como portadora do Mal de Alzheimer, tanto em relação a sua vida pessoal como em relação a sua vida pública, na tentativa de preservar a sua história de vida. 
Entretanto, o seu rancor desmedido e os limites impostos por ele aos próprios familiares que o cercavam, já que ele está lúcido e ativo, fizeram-no se aproximar de pessoas que certamente o estão usando, inclusive uma de minhas irmãs, para atingir os seus fins golpistas. E ele, que nunca soube ficar longe dos holofotes que o iluminaram durante tanto tempo, está se aproveitando do fato para ficar em evidência num triste e infeliz espetáculo midiático.

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