quarta-feira, 30 de março de 2016

Musica Censurada do Gabriel Pensador

E O PMDB ABANDONOU O PT

CartaCapital



Política

Crise

E o PMDB abandonou o PT

Com Cunha como estrela e gritos de "fora PT" e "Temer presidente", partido do vice se afasta de Dilma
por Redação — publicado 29/03/2016 16h34, última modificação 29/03/2016 17h47
Luis Macedo / Câmara dos Deputados
PMDB
Ao lado de Cunha, Romero Jucá lê resolução do PMDB que determina a saída do partido da base do governo Dilma
Em uma cerimônia de menos de cinco minutos, sem votação ou discursos, na qual o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), foi uma das estrelas, o PMDB anunciou sua saída da base do governo Dilma Rousseff nesta terça-feira 29. A decisão era esperada, mas seu anúncio dificulta a tentativa de sobrevivência do governo petista, que pode agora enfrentar uma debandada de outras siglas da base aliada.
A decisão do PMDB era aguardada há vários dias pelo Planalto. Agora, a estratégia passa a ser buscar o apoio de fragmentos de partidos para evitar que as oposições consigam os 342 votos necessários para aprovar o pedido de impeachment contra Dilma que tramita de forma célere na Câmara.
A expectativa é de que a votação em plenário ocorra na primeira quinzena de abril, uma vez que Eduardo Cunha decidiu fazer o processo correr na Casa. Adversário do governo desde 2015, Cunha, que é réu por corrupção no Supremo Tribunal Federal por conta de seu envolvimento no escândalo investigado naOperação Lava Jato, foi uma das estrelas da reunião do PMDB nesta terça.
Cunha chegou sorridente à sala da Câmara que sediou a reunião e estava no centro da mesa, ao lado do senador Romero Jucá (RR), vice-presidente do partido e que presidiu o encontro. Do lado de fora, integrantes da Força Sindical, controlada pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), manifestavam seu apoio ao vice-presidente da República, Michel Temer. Do lado de dentro, eram ouvidos gritos de "fora PT" e "Temer presidente".
Outra figura que manifestava alegria com a decisão do partido era Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústria de São Paulo (Fiesp). Skaf esteve em Brasília, mas seu grande ato nesta terça-feira foram os anúncios gigantes nas 14 primeiras páginas dos primeiros cadernos dos jornais Folha de S.PauloO Estado de S. PauloO Globo e Correio Braziliense defendendo o impeachment de Dilma.
Temer, presidente do PMDB, não esteve presente, em uma tentativa de se afastar do "desembarque". Foi o grupo de Temer, entretanto, que liderou as negociações dentro do PMDB para que a sigla se afastasse do governo. Em caso de impeachment, é ele que assume o governo, uma posição que o aproximou do PSDB.
Para atrair os parlamentares para sua base contra o impeachment, o governo deve usar cargos de segundo e terceiro escalão e, eventualmente, posições de ministros, para negociar. A expectativa é de que a saída do PMDB deixe centenas de cargos vagos.
Não se sabe, entretanto, em qual data os peemedebistas deixarão essas posições. "Não há nem necessidade de data. Falou-se em 12 dias, mas eu creio na consciência dos nossos companheiros e eles vão tomar essas medidas, porque a decisão partidária já está tomada e eu espero que eles respeitem", disse o ex-ministro Moreira Franco, presidente do Instituto Ulysses Guimarães e uma das figuras mais próximas a Temer.
Celso Pansera, deputado licenciado e ministro da Ciência e Tecnologia, manifestou interesse em permanecer no cargo, contrariando o partido. Henrique Eduardo Alves, por outro lado, deixou o governo no fim de semana ao pedir exoneração do cargo ministro do Turismo. No total, o PMDB tem sete ministérios no governo Dilma.
CartaCapital
Sociedade

Entrevista - Dulce Critelli

Quando crianças adotam o discurso de ódio

Professora de filosofia analisa o que leva crianças a hostilizarem umas às outras por motivações partidárias e as consequências disso para a sociedade
por Ingrid Matuoka — publicado 30/03/2016 04h00
Facebook/Reprodução
Em São Paulo, um menino de 9 anos foi xingado e ameaçado por seus colegas de escola por usar uma peça da cor vermelha – era uma camiseta com a bandeira da Suíça. Um pai publicou em uma rede social, orgulhoso, o desenho que seu filho criou na aula de artes - Dilma e Lula, lado a lado, acompanhados por mensagens que pedem a morte dois dois. Em outra escola, uma adolescente se sente isolada pelos amigos e luta contra professores para ter o direito de defender o capitalismo e outras posições à direita. 
Estes episódios pouco se diferenciam dacultura de violência que se instalou e se iniciou entre os brasileiros – adultos. E, agora, as crianças e adolescentes estão refletindo o mundo da "gente grande", com consequências igualmente grandes para eles e para a sociedade.
Para a professora da PUC de São Paulo Dulce Critelli, especializada em filosofia da educação, a sociedade está semeando uma ambiente de intolerância que tem em sua base a incapacidade de respeitar o outro.
CartaCapital: Quais podem ser as consequências para uma criança de estar em um ambiente violento e de intolerância, reproduzindo discursos de ódio?
Dulce Critelli: Essas atitudes são um controle social a respeito de coisas absolutamente aparentes, por defesas de convicções que nem sempre são conscientemente assumidas ou compreendidas. O que assusta é isso, e na criança fica mais visível.
Qual é a capacidade que uma criança ou adolescente tem de conhecer mais profundamente, e de forma ponderada, os exemplos históricos e as posições que está assumindo? É uma adesão sem compreensão, muito por alto.
Uma criança que vê uma briga não entende o que está acontecendo, e nem a sociedade tem conseguido compreender. Adultos que supõem que o outro está em uma posição diferente da dele já estão se omitindo de conversar para evitar brigas. Uma criança, no entanto, não tem essa ponderação. Ela vive ressoando o que está no ambiente dela e que aprendeu naturalmente.
Durante a infância, acumulamos uma série de princípios, atitudes e valores muito distraidamente, e isso vai formando nosso caráter. Aquilo que aprendemos e reproduzimos naturalmente tende a permanecer conosco até o final da vida. Faz-se necessária muita leitura, muita história vivida e reflexão para conseguir ponderar o que se está fazendo. As crianças não têm essa condição.
Publicação
CC: Quais podem ser as consequências para a sociedade de ter crianças se desenvolvendo em um ambiente como este?
DC: Se nós e a escola não ajudarmos a mudar esse tipo de comportamento, é muito tentador dizer que caminhamos para o que vemos de convivência social e política nos países regidos por fundamentalismos e posições radicais. Toda essa intolerância anuncia como futuro possível o que está acontecendo nesses atentados em Paris, em Bruxelas, porque é a incapacidade de respeitar o outro.  
O ideal é que a sociedade eduque as crianças favorecendo nelas o respeito pela própria opinião e pela opinião alheia, e que sejam capazes de construir acordos. Isso não significa ceder ou não ter opinião, mas compreender que, como todos os diferentes vivem no mesmo lugar, precisamos permitir que essas diferenças apareçam sem se destruir mutuamente. Uma sociedade precisa disso porque sempre vão surgir posições muito diferentes, e é necessário que surjam.
É muito duvidoso que todo mundo que esteja a favor ou contra o impeachment tenha uma posição só, por exemplo. Temos uma diversidade e uma singularidade imensa e cada um de nós provoca no meio social uma diferença. Não somos como os animais, que simplesmente se reproduzem constantemente no seu jeito e condição e são os mesmos ao longo da história.
Manifestação
Em bastão de manifestante lê-se 'Aos petistas com carinho' (Foto: Lula Marques/Agência PT)
CC: O fato de crianças estarem se envolvendo em brigas e violência por questões partidárias mostra o que sobre a nossa sociedade?
DC: Mostra quanto não temos um espírito cívico. Mas ao mesmo tempo é o começo de um interesse pela questão pública. Pode ser que ele não esteja sendo bem tratado e nem bem experimentado, mas é um começo.
CC: Qual seria a forma ideal para os pais e responsáveis se portarem em relação às crianças nesse momento de intolerância?
DC: Um dos artigos de Hannah Arendt sobre educação diz que toda criança, quando adentra uma sociedade, é uma novidade, e sua tendência é de não respeitar as tradições. A responsabilidade dos pais e professores seria a de fazer uma ligação: respeitar essa novidade, mas inseri-la no contexto da tradição.
Às vezes usamos essa palavra de uma maneira inadequada e parece que tradição é algo pesado e fechado, quando na verdade ela nos oferece um fio condutor que organiza nosso modo de ser atual.
Por exemplo, não faz parte de nossa tradição a noção de que a coisa pública também nos pertence e agora parece que isso está despertando. Respeitar essa tradição não é fazer de novo o mesmo, mas é entender o que vem vindo, conversar com o que nos organizou anteriormente e poder corrigir esse rumo.
Então os filhos sempre têm ideias diferentes dos pais e essa é uma oportunidade de começar a aprender que o pensamento do outro também tem valor, tanto quanto o seu. É um momento de criar acordos entre o novo e o velho, o possível e o atual. Não é porque elas já estão estabelecidas que são melhores, tampouco são melhores por serem novas. É nesse confronto, que não é um conflito, entre as duas facetas que se pode criar comportamentos novos.
E para isso eles têm de ouvir o que as crianças estão dizendo e refletir com elas, começando a oferecer a oportunidade de construir uma capacidade de compreensão e reflexão e de não pegar as coisas por alto, só porque o amigo também pensa assim.
CC: Que atitude um professor pode ter para promover um ambiente mais saudável?
DC: Nossa educação é precária e muitas escolas já têm um viés ideológico forte em que a intransigência e intolerância fazem parte, com a ideia de que existe uma verdade. Acho que a escola tem de se rever.
Um professor, por mais que tenha posição partidária clara para ele, não tem o direito de, numa escola, impor e mostrar que aquela é a única posição possível. Ele tem obrigação de mostrar todas as facetas de um debate.
Tenho aqui uma frase da Hannah Arendt que resume o fundamento da educação na escola e em casa: “Qualquer pessoa que se recuse a assumir a responsabilidade coletiva pelo mundo não deveria ter crianças. E é preciso proibi-la de tomar parte na sua educação”.

terça-feira, 29 de março de 2016

MANIFESTAÇÃO PRÓ DEMOCRACIA

Fonte Plantão brasil

LOCAIS DOS ATOS DO DIA 31, CONTRA O GOLPE

Da organização da Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo


Confira abaixo onde será a manifestação em sua cidade

Maceió (AL)

Local: Praça do Montepio (Rua Dr. Pontes de Miranda, 60 - Antiga sede da OAB), encerra com festival de cultura na Praça dos Martíres, às 15 h

Fortaleza (CE)

Local: Praça da Bandeira (Caminhada até o Centro Dragão do Mar),às 15 h

Sobral (CE)

Local: Arco Nossa Senhora de Fátima, às 16h

Brasília- (DF)

Local: Concentração no Estádio Mané Garrincha, segue até o Congresso Nacional, às 14h

Vitória- (ES)

Local: Assembleia legislativa do ES, às18h

Goiania- (GO)

Local: Praça Cívica, às 17h

Campo Grande (MS)

Local:
Concentração na Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho, às 14h,
Celebração pela vida e pela Democracia na Praça do Rádio, às 19.

Belo Horizonte (MG)

Local: Praça da Estação, às 17h

Montes Claros (MG)

Local: Praça da Matriz, às 19h

Varginha (MG)

Local: Praça do ET, às 17h

Poços de Caldas (MG)

Local: Urca, às 19h

São Lourenço (MG)

Local: Praça Brasil, às 18h

Belém (PA)

Local:

Hall da Reitoria da UFPA, às 17h

Praça da Leitura, às 16h

Marabá (PA)

Local: Auditório do Campus I da UNIFESSPA, às 18h

João Pessoa (PB)

Local: Ponto Cem Réis, às 18h

Curitiba (PR)

Local: Praça Santos Andrade, às 18h

Foz do Iguaçu (PR)

Local:

-"UNILA Contra o Golpe e pela Defesa da Democracia" (Unila - Jardim Universitário Foz Do Iguaçu (auditório MARTINA "Angel Guardian de los Colores"), às 18h30.
-Concentração no Bosque Guaraní (em frente ao TTU), às 16h
-Passeata até a Praça do Mitre, às 17h30
-Ato Político-Cultural, às 18h

Maringá (PR)

Local: Praça Raposo Tavares, às 17h

Recife (PE)

Local: Praça do Derby às 16h

Caruaru (PE)

Local: Av Rui Barbosa (Em frente ao INSS), às 16h

Floresta (PE)

Local: Em frente ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, às 7:30h

Tabira (PE)

Local: Sindicato dos Trabalhadores Rurais, às 17h

Teresina (PI)

Local: Ato com bandeiraço no Cruzamento na Av.Frei Serafim c/ Coelho de Rezende, seguido de vigília na escadaria da igreja São Benedito, às 16h.

Rio de Janeiro (RJ)

Local: Largo da Carioca, às16h

Barra Mansa (RJ)

Local: Corredor Cultural às 17h

Natal (RN)

Local: IFRN Campus Central, às 15h30

Mossoró (RN)

Local:
-Lançamento do Comitê UERN pela Democracia (Auditório do DECOM), às 8h30
-Ato em frente a Igreja São João, às 16h

Porto Alegre (RS)

Esquina democrática, às 17h

Erechim (RS)

Local: Praça dos Bombeiros, às 18h

Ijuí (RS)

Local: Praça da República, às 17h


Passo Fundo (RS)

Local: Praça Teixeirinha, às 17h

Pelotas (RS)

Praça Coronel Pedro Osório, às 17h


Rio Grande (RS)

Local: Largo Dr. Pio, às 17h


Santa Maria (RS)

Local: Praça Saldanha Marinho, às 16h

Santa Rosa (RS)

Local: Praça da Bandeira, às 18h

Santana do Livramento (RS)

Local: Praça General Osório (concentração) caminhada até o Parque Internacional, às 16h

Três Passos (RS)

Local: Praça Reneu Mertz, às 16h

Porto Velho (RO)
SINDUR - Sindicato dos Urbanitários, às 19h


Jí-Paraná (RO)
17h - Praça Matriz, às 17h

Florianópolis (SC)

Local: TICEN, às 17h

São Paulo (SP)

Local: Canto da Democracia na Praça da Sé, às 16h

Aracajú (SE)

Local:
Ato Político na Praça General Valadão, às 15h
Artistas Pela democracia (Orla do Bairro Industrial), às 19h

Palmas (TO)

Local: Aureny III (Estação Xerente), às 17h


***Manifestações internacionais***

Cidade: Berlim (Alemanha)

Local: Pariser Platz, às 19h

Munique (Alemanha)

Local: Consulado Geral de Munique, às 14h

Barcelona (Espanha)

Local: Plaça de Sant Jaume, ás 18h

Londres (Inglaterra)

Local: Em frente a Embaixada Brasileira, às 17h

Paris (França)

local: Maison de l´Amérique latine, às 19h

Cidade do México (México)

Local: Fonte em Frente ao Centro Cultural Brasil México - San Francisco 1220, às 17:30h

Santiago de Chile (Chile)

Local: Embaixada do Brasil no Chile, às 17h 

Seminário pró-golpo de Gilmar Mendes começa sob protesto em Lisboa

quinta-feira, 24 de março de 2016

ONU DIVULGA NOTA




Comissão da ONU divulga nota 

24/03/2016


A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), a mais importante comissão da Organização das Nações Unidas (ONU) em nosso continente, divulgou há pouco uma nota em que presta total apoio ao mandato de Dilma Rousseff e conclama a sociedade brasileira a respeitar o resultado das urnas, sob o risco de desestabilizar a democracia em todo o continente.
A nota pública traz uma série de reconhecimentos dos avanços sociais e políticos conquistados pelos governos de Lula e Dilma e externa a sua extrema preocupação em ver a democracia ameaçada no Brasil. 
É uma nota, reitero, muito direta e objetiva contra o golpe, e em defesa de Dilma Rousseff. 
Trecho (traduzido por mim mesmo): 
"A  soberania popular, fonte única da legitimidade numa demoracia, foi entregue a Lula e em seguida à senhora, presidenta Rousseff, através de um mandato constitucional, que se traduziu em governos comprometidos com a justiça e a igualdade. Nunca, na história do Brasil, tantos e tantos de seus compatriotas conseguiram fugir da fome, da pobreza e da desigualdade. É significativo também para nós os passos determinantes com que suas gestões reforçaram a nova arquitetura de integração da nossa região, da Unasur à Celac. 
Conhecemos o esforço dos tribunais em perseguir e castigar a cultura de corrupção, que tem sido historicamente a parte mais opaca do vínculo entre interesses privados e as instituições do Estado. E a temos [Dilma] visto apoiando permanentemente essa missão, com a valentia e a honradez que é a marca de sua biografia, apoiando a criação de nova legislação mais severa e instituições repressivas mais fortes. 
É por isso que nos choca ver, hoje, antes de sentenças ou provas, servindo-se de vazamentos e de uma ofensiva midiática linchatória, que se tente demolir a sua imagem e o seu legado, ao mesmo tempo em que se multiplicam os esforços para reduzir a autoridade presidencial e interromper o mandato que os cidadãos lhes deram nas urnas. "
***
Íntegra do texto, no site da Cepal (se não conseguir acessar, leia aqui, em cache):
CEPAL manifiesta su preocupación ante amenazas a la democracia brasileña
La Secretaria Ejecutiva del organismo envió un mensaje público a la Presidenta Dilma Rousseff.
22 March 2016 | PRESS RELEASE
La Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL) emitió un mensaje dirigido a la Presidenta Dilma Rousseff, respaldando la plena vigencia del Estado Democrático de Derecho y el ejercicio de las potestades del Poder Ejecutivo brasileño.
En una declaración pública, la Secretaria Ejecutiva del organismo de las Naciones Unidas, Alicia Bárcena, manifestó su preocupación por las amenazas a la estabilidad democrática y reconoció los avances sociales y políticos que ha experimentado Brasil en la última década.
A continuación el texto íntegro de la declaración de la alta funcionaria internacional:
Mensaje de Alicia Bárcena, Secretaria Ejecutiva de la CEPAL, a la presidenta Dilma Rousseff:
“Con honda preocupación hemos asistido al desarrollo de los acontecimientos políticos y judiciales que han convulsionado a Brasil en el curso de las últimas semanas. Nos alarma ver la estabilidad democrática de su patria amenazada.
La soberanía popular, fuente única de legitimidad en democracia, le entregó antes a Lula y luego a usted, Presidenta Rousseff, un mandato constitucional que se tradujo en gobiernos comprometidos con la justicia y la igualdad. Nunca, en la historia de Brasil, tantas y tantos de sus compatriotas habían logrado sortear el hambre, la pobreza y la desigualdad. Significativa es también para nosotros la huella determinante con la que sus gestiones reforzaron la nueva arquitectura de la integración de nuestra región, de la UNASUR a la CELAC.
Conocemos del esfuerzo de los tribunales por perseguir y castigar la cultura de prácticas corruptas que han sido históricamente la parte más opaca del vínculo entre los intereses privados y las instituciones del Estado. La hemos visto apoyando permanentemente esa tarea, con la valentía y honradez que es el sello de su biografía, apoyando la creación de nueva legislación más exigente y de instituciones persecutoras más fuertes.
Es por ello que nos violenta que hoy, sin mediar juicio ni pruebas, sirviéndose de filtraciones y una ofensiva mediática que ya ha dictado condena, se intente demoler su imagen y su legado, al tiempo que se multiplican los empeños por menoscabar la autoridad presidencial e interrumpir el mandato que entregaron en las urnas los ciudadanos.
Los acontecimientos por los que atraviesa Brasil en estas jornadas resuenan con fuerza más allá de sus fronteras e ilustran para el conjunto de América Latina los riesgos y dificultades a los que aún está expuesta nuestra democracia.”
***
Sobre a Cepal (texto extraído do site da entidade):
A Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) foi estabelecida pela resolução 106 (VI) do Conselho Econômico e Social, de 25 de fevereiro de 1948, e começou a funcionar nesse mesmo ano. Mediante a resolução 1984/67, de 27 de julho de 1984, o Conselho decidiu que a Comissão passaria a se chamar Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe.
A CEPAL é uma das cinco comissões regionais das Nações Unidas e sua sede está em Santiago do Chile. Foi fundada para contribuir ao desenvolvimento econômico da América Latina, coordenar as ações encaminhadas à sua promoção e reforçar as relações econômicas dos países entre si e com as outras nações do mundo. Posteriormente, seu trabalho foi ampliado aos países do Caribe e se incorporou o objetivo de promover o desenvolvimento social.
fonte  http://www.ocafezinho.com/

quarta-feira, 23 de março de 2016

PERIFERIA É CONTRA O GOLPE


Periferia é contra o golpe

120 coletivos periféricos de São Paulo divulgam manifesto em defesa da democracia. “Nós, que conquistamos só uma parte do que sonhamos e temos direito, não admitimos retrocesso", afirma o documento

Escrito por: CUT • Publicado em: 22/03/2016 - 17:42 • Última modificação: 22/03/2016 - 18:02

Imagem: Divulgação
120 movimentos das periferias de São Paulo assinam um manifesto contra o golpe articulado pela direita contra a presidenta Dilma Rousseff (PT). O documento foi divulgado nessa terça-feira (22) no perfil oficial do coletivo.
“Nós, que conquistamos só uma parte do que sonhamos e temos direito, não admitimos retrocesso. Reivindicamos o respeito à soberania das urnas e a manutenção do Estado Democrático de Direito”, afirma o documento.
Confira a íntegra do Manifesto abaixo:
“Periferias, vielas, cortiços… Você deve estar pensando o que você tem a ver com isso”
Nós, moradoras e moradoras das periferias, que nunca dormimos enquanto o gigante acordava, estamos aqui pra mandar um salve bem sonoro aos fascistas: somos contra mais um golpe que está em curso e que nos atinge diretamente!
Nós, que não defendemos e continuamos apontando as contradições do governo petista, que nos concedeu apenas migalhas enquanto se aliou com quem nos explora. Nós, que também nos negamos a caminhar lado a lado de quem representa a Casa Grande.
Nós, periféricas e periféricos, que estamos na luta não é de hoje. Nós, que somos descendentes de Dandara e Zumbi, sobreviventes do massacre de nossos antepassados negros e indígenas, filhas e filhos do Nordeste, das mãos que construíram as grandes metrópoles e criaram os filhos dos senhores.
Nós, que estamos à margem da margem dos direitos sociais: educação, moradia, cultura, saúde.
Nós, que integramos movimentos sociais antes mesmo do nascimento de qualquer partido político na luta pelo básico: luz instalada, água encanada, rua asfaltada e criança matriculada na escola.
Nós, que enchemos laje em mutirão pra garantir nosso teto e conquistar um pedaço de chão, sem acesso à terra tomada por latifundiários e especuladores, que impedem nosso direito à moradia e destroem o meio ambiente e recursos naturais com objetivo de lucro.
Nós, que sacolejamos por três, quatro horas por dia, espremidos no vagão, busão, lotação, enfrentando grandes distâncias entre nossas casas aos centros econômicos, aos centros de lazer, aos centros do mundo.
Nós, que resistimos a cada dia com a arte da gambiarra - criatividade e solidariedade. Nós, que fazemos teatro na represa, cinema na garagem e poesia no ponto de ônibus.
Nós, que adoecemos e padecemos nos prontos-socorros e hospitais sem maca, médico, nem remédio.
Nós, que fortalecemos nossa fé em dias melhores com os irmãos na missa, no culto, no terreiro, com ou sem deus no coração, coerentes na nossa caminhança.
Nós, domésticas, agora com carteira assinada. Nós, camelôs e marreteiros, que trabalhamos sol a sol para tirar nosso sustento. Nós, trabalhadoras e trabalhadores, que continuamos com os mais baixos salários e sentimos na pele a crise econômica, o desemprego e a inflação.
Nós, que entramos nas universidades nos últimos anos, com pé na porta, cabeça erguida, orgulho no peito e perspectivas no horizonte.
Nós, que ocupamos nossas escolas sem merenda nem estrutura para ensinar e aprender. Nós, professoras e professores, que acreditamos na educação pública e não nos calamos e falamos sim de gênero, sexualidade, história africana e história indígena - ainda que tentem nos impedir.
Nós, que somos apontados como problema da sociedade, presas e presos aos 18, 16, 12 anos, como querem os deputados.
Nós, cujos direitos continuam sendo violados pelo Estado, levamos tapa do bandeirante fardado, condenados sem ser julgados, encarcerados, esquecidos, quando não assassinados - e ainda dizem: “menos um bandido”.
Nós, mulheres pretas da mais barata carne do mercado, que sofremos a violência doméstica, trabalhista, obstétrica e judicial, e choramos por filhos e filhas tombados pelo agente do Estado.
Nós, gays, lésbicas, bissexuais, travestis, homens e mulheres trans, que enfrentamos a a violência e invisibilidade, e não aceitamos que nos coloquem de volta no armário.
Nós, que não aceitamos nossa história contada por uma mídia que não nos representa e lutamos pelo direito à comunicação. Nós, que estamos construindo, com nossa voz, as próprias narrativas: poesia falada, cantada, escrita.
Nós, que sempre estivemos nas ruas, nas redes, nas Câmaras, na cola dos politiqueiros de plantão e que agora somos taxados de terroristas por causa de nossas lutas. Nós, que aprendemos a fazer até leis para continuar lutando por nossos direitos. Nós, que garantimos a duras penas o mínimo de escuta em espaços de poder, não aceitamos dar nem um passo atrás.
Nós, que somos de várias periferias, nos manifestamos contra o golpe contra o atual governo federal promovido por políticos conservadores, empresários sem compromisso com o povo e uma mídia manipuladora.
Não compactuamos com quem vai às ruas de camisa amarela com um discurso de ódio, fascista, argumentando o justo “combate à corrupção” mas motivado por interesses privados. Não compactuamos com quem defende a quebra da legalidade para beneficiar a parcela abonada da população, em troca do enfraquecimento do Estado Democrático de Direito pelo qual nós dos movimentos sociais periféricos lutamos ontem, hoje e continuaremos lutando amanhã.
Nós, que sabemos que a democracia real será efetiva apenas com a ampliação de direitos e conquistas de nosso povo preto, periférico e pobre, a partir da esquerda e de baixo pra cima.
Nós, que conquistamos só uma parte do que sonhamos e temos direito, não admitimos retrocesso. Reivindicar o respeito à soberania das urnas e a manutenção do Estado Democrático de Direito. Reivindicamos as ruas enquanto espaço de diálogo, debate e fazer político, mas nunca como território do ódio. Reivindicamos nossa liberdade de expressão, seja ela ideológica, política ou religiosa. Reivindicamos a desmilitarização das polícias, da política e da vida social. Reivindicamos o avanço das políticas públicas, dos direitos civis e sociais.
Não vai ter golpe. Não vai ter luto. Haverá luta!
Assinam este manifesto os grupos, coletivos, organizações e movimentos da sociedade civil, além de cidadãos em geral que subscreveram individualmente:
Abayomi Ateliê
Ação Educativa
Agência Mural de Jornalismo das Periferias
Agencia Popular Solano Trindade Banco Comunitario Uniao Sampaio Observatorio Popular de Direitos
Agenda Preta
Aláfia
Algodão de Fogo
Ninguém Lê
Sessão de Fatos
Aliança Negra Posse
Anomia Coletivo
Associação cultural História em Construção
Associação Cultural Literatura no Brasil
Associação de Arte e Cultura Periferia Invisível
Associação de povos e comunidades Tradicionais de matrizes africanas e Afro brasileira Katina da Silva
Associação dos Moradores do Caranguejo -
Associação Franciscana DDFP
Audácia - Q.I. Alforria
Baobá Arte e Educação
Bloco do Beco
Blog Combate Racismo Ambiental
Blog Inspiração Sustentável
Blog NegroBelchior
Bocada Forte
Brechoteca Biblioteca Popular
Casa do Menor Trabalhador-RJ
Casa Popular de Cultura de M'Boi Mirim
Cia Humbalada de Teatro
Cia Janela do Coletivo
CicloZN
CineBecos
Claudias,Eu?Negra!
Comitê Juventude e Resistência Z/S - SP
Coletivo Brincantes Urbanos
Coletivo Candeia
Coletivo Cultural Marginaliaria
Coletivo Cultural Pic Favela
Coletivo Cultural Sankofa
Coletivo de fotógrafos Lente Quente/Jornalismo UEPG
Coletivo de Negras e Negros EACH
Coletivo Eletro Tintas
Coletivo em Silêncio, Reage Artista
Coletivo Encontro de Utopias
Coletivo FABCINE
Coletivo Juventude Ativa
Coletivo literario Sarau Elo da Corrente
Coletivo Mjiba
Coletivo Muros que Gritam...
Coletivo Perifatividade
Coletivo Pretas Peri
Coletivo R.U.A.
Coletivo Tenda Literária
Coletivo Verde América
Coletivo Voz da Leste
ColetivoFilhas da Luta
Comitê Juventude e Resistência Z/S - SP
Comitê Popular de Santos pela Verdade, Memória e Justiça
Companhia Teatral Sama Elyon
Comunidade Cidadã
Correspondência Poética
DCE Novo Mané - Diretório Central dos Estudante da UTFPR - Campus Londrina
EITA AÇÃO CULTURAL
Expansão CT
Favela, uma foto por dia
FECEB RN
Fome Noise
Fórum Municipal de Trabalhadores do SUAS - Belo Horizonte
Grupo Clarianas
Grupo Clariô de Teatro
Grupo de Coco Semente Crioula
Grupo Pés Esquerdos de Teatro Feminista
Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo
Guardiões Griô
Imargem
Jornal Vozes da Vila Prudente
jornalistas livres
Juventude Politizada Parelheiros
Kilombagem
labExperimental.org
Levante Popular da Juventude
MAP (Movimento Aliança da Praça)
MASSAPEARTS
Movimento Cultural Ermelino Matarazzo
Movimento Cultural Grajau
Movimento Hip-Hop Organizado (MH2O)
Movimento Independente Mães de Maio
MQG
Núcleo de Direitos Humanos da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo
Núcleo de ensino, pesquisa e extensão Conexões de Saberes na UFMG
Núcleo Mulheres Negras
Nuraaj - núcleo de referência em atenção à adolescência e à juventude - Instituto Sedes Sapientiae
Observatório da Juventude - Zona Norte
Parceiros em Luta
Periferia em Movimento
Piratas Urbanos
Praçarau
Projeto Tipo Ubuntu
Quilombacão
Quilombação
Raiz criola
Rede Liberdade
Rede Pipa
Rede Popular de Cultura Mboi Campo Limpo
Rodas de leitura
Samantha
SAMBAQUI
São Mateus em Movimento
Sarau do Grajaú
Sarau do Pira
Sarau O que dizem os Umbigos?!
Sarau Preto
Sarauzim Mesquiteiros
Shabazz Empire
TRÓPIS iniciativas socioculturais
Uneafra Brasil                 
http://www.cut.org.br/noticias/periferia-e-contra-o-golpe-fec6/